Como melhorar a comunicação (e a sua vida!)

Comunicação. Aqui está uma habilidade importantíssima para o nosso bem-estar geral. Quase sempre negligenciamos este tema de extrema relevância que afeta intensamente as nossas relações. Minha proposta, com este post, é te ajudar a colocar atenção, de forma cuidadosa, no modo como você tem se comunicado com as pessoas ao seu redor.

Continua aqui comigo e vamos pensar juntos sobre a importância de se comunicar bem para o desenvolvimento pessoal e profissional!

Gosto de entender a comunicação como uma ponte. Através dela nós conseguimos acessar o outro e permitir que o outro nos acesse também. Quando nos comunicamos bem, de forma assertiva e cuidadosa, podemos dizer que a nossa ponte é firme, cumpre bem o seu papel. Por outro lado, muitas vezes não nos comunicamos bem, somos grosseiros, inseguros, não comunicamos efetivamente o que queremos, e quando isso acontece, podemos dizer que a ponte não está muito firme ou estruturada, precisa de reparos.

A comunicação é, definitivamente, o elemento que mais pode potencializar ou afundar uma relação, seja ela amorosa, familiar ou uma amizade. A maioria dos meus clientes têm dificuldades significativas em comunicar. Acho que esta amostra reflete a tamanha dificuldade que todos nós temos, em alguma medida, quando o assunto é comunicação.

Já comentei algumas vezes, lá no meu perfil do instagram, que me comunicar bem já foi, para mim, um enorme desafio. No contexto em que cresci, uma família grande de quatro irmãos, a comunicação não foi lapidada da melhor forma possível. Aprender a me comunicar bem nas minhas relações pessoais foi – e ainda tem sido – um processo de mudança que exigiu bastante de mim. Sinto que ainda tenho muito a lapidar.

À medida que cuidamos da qualidade da nossa comunicação, pode parecer impressionante, mas tudo tende a fluir muito melhor. Somos beneficiados em nossas relações interpessoais, nos desenvolvemos profissionalmente, nos tornamos mais autoconfiantes, tomamos decisões com mais facilidade e minimizamos, significativamente, a quantidade de desentendimentos corriqueiros.

Neste momento, te convido à reflexão: Qual é a qualidade da sua ponte hoje? Ela está firme, tem potencializado as suas relações ou está fragilizada, desestruturada?

Aqui vai a primeira “lição de casa”, porque talvez seja difícil responder assim, de supetão. Que tal começar observando? Preste atenção, a partir de hoje, na forma que você tem se comunicado. Sugiro que anote as suas percepções, porque muitos insights podem surgir…

Quem me conhece sabe que eu sou muito expressiva! Seja em conversas íntimas com amigos, ou no meu trabalho, as minhas expressões, gestos e postura sempre denunciam como eu estou me sentindo, de fato. Em partes, eu gosto bastante dessa característica, afinal, demonstra bastante sobre mim. No entanto, às vezes,  a expressividade transparece mais do que eu gostaria, me deixando em situações desconfortáveis. Já aconteceu com você?

Nossa postura, na maioria das vezes, diz mais sobre nós do que o nosso relato verbal. A forma como nos sentamos, a abertura que damos às pessoas, o nosso olhar, os gestos que fazemos ao falar, as expressões faciais que fazemos, entre outros comportamentos, podem – ou não – ser aliados da nossa comunicação verbal, evidenciando o que de fato queremos dizer ou colocando atenção nas nossas inseguranças, medos e fraquezas.

Muitos estudos dão ênfase na importância da linguagem não-verbal para a comunicação. É comum, inclusive, encontrar livros que oferecem dicas para aperfeiçoar a linguagem corporal e como identificar “falhas” na comunicação do outro. A grande questão é: desenvolver uma boa comunicação é um desafio! Comunicar-se bem ultrapassa apenas o falar, trata-se de alinhar tanto a fala quanto o corpo. É um conjunto.

Aqui te proponho a segunda “lição de casa”:  Você já observou como é a sua postura no trabalho, por exemplo? De que forma você se senta? Onde posiciona as mãos? Como cumprimenta as pessoas? Como é o seu andar? De maneira geral, como avalia a sua postura no trabalho? Se considera mais retraído ou mais aberto? Confiante ou inseguro? Será que você transmite o que, de fato, gostaria? No dia a dia, nos momentos de descontração. Como o seu corpo se comunica? Está sempre mais tenso, retraído ou consegue se expressar com gestos mais expansivos? 

Bem, após tantas observações e reflexões, quero compartilhar contigo, em formato de texto, um filtro para te ajudar a estabelecer uma comunicação mais eficaz em seu dia a dia.

Não sei se acontece com você – imagino que sim -, mas boa parte dos meus clientes ficam confusos quando precisam conversar com alguém de seu convívio, principalmente quando o assunto é mais denso e íntimo. Nesse momento, várias dúvidas aparecem: Vale a pena falar? Como? Não é melhor deixar pra lá? Como a outra pessoa vai reagir? Qual o melhor momento?

A seguir, listei alguns alguns pontos imprescindíveis e algumas reflexões válidas para te ajudar a tomar a desconfortável decisão: “falar ou não falar?”.

1 – Tenha consciência do que você quer dizer: Parece óbvio, eu sei. Mas, na prática, não é! Muitas vezes, nossa comunicação falha por não sabermos o que comunicar. Por isso, questione-se: você sabe o que você quer comunicar? Observe suas emoções, as necessidades que estão se manifestando. O que você precisa neste momento? Qual necessidade está lhe incomodando agora? O que você quer pedir/compartilhar/contar/dividir? Avalie, também, as possíveis reações da outra pessoa. Prepare-se para desfechos diversos da conversa.

2 – Tenha clareza do significado da sua mensagem: Além de saber o que queremos comunicar, é essencial perceber como nos sentimos quanto aquilo. Quando não sabemos o valor do que queremos comunicar, podemos nos frustrar com a reação da outra pessoa que pode não demonstrar o valor que dedicamos àquela mensagem… Comece a sua fala contando, ao outro, o que esta conversa significa pra você. Compartilhe sua expectativa e intenção. Se, por ventura, esta conversa for um desafio, deixe que o outro saiba disso: “quero muito falar com você sobre isso, mas pra mim é difícil mas decidi me arriscar…”

3 – Escolha o melhor momento: Além de ter clareza da mensagem, é importante escolher o melhor momento possível para se comunicar. É claro que não existe “o momento ideal” para tudo sempre, mas, escolher com cuidado o momento da conversa pensando nas necessidades de todos os envolvidos, pode fazer toda a diferença! Antes de sair falando pelos cotovelos, reflita: Será que é o melhor momento? Como estou me sentindo? Tenso? Nervoso? Impaciente? O ambiente é adequado?

4 – Lembre-se: o outro também é parte disso: De nada adianta falar, sem considerar a pessoa que está do outro lado, ouvindo. Quando comunicamos algo, é essencial que coloquemos o outro na balança também. Pense. Você considera a disponibilidade e vontade do outro antes de comunicar o que precisa, ou costuma apenas despejar informações?

5 – Observe o tom e escolha bem as palavras: A forma como falamos também conta muito para o sucesso da mensagem. Por isso, escolha falar em momentos tranquilos e com tom de voz ameno. Assim, as chances da outra pessoa se sentir desconfortável é bem menor. Cuide, também, das palavras que você usará. Usar expressões intensas como “sempre” e “nunca”, pode ser perigoso. Optar por priorizar a expressão dos seus sentimentos também é uma escolha saudável. Fale sobre o que você está sentindo a respeito daquela pessoa ou daquela situação. Quando falamos sobre o que sentimos, evitamos que a outra pessoa se sinta atacada.

Que este post te ajude a se observar mais e, por consequência, lhe ajude a melhorar a sua comunicação!

Um abraço carinhoso,

Mari

Burnout: por que este diagnóstico tem sido cada vez mais frequente?

Sou nascida e criada em São Paulo. Vivi na periferia, onde a realidade é dura, quando falamos sobre acesso aos grandes centros. Duas horas, ou mais, para ir. Duas horas, ou mais, para voltar. Cresci assistindo ao esforço de trabalho do meu pai, marceneiro, fazendo de tudo para colocar comida na mesa. E da minha

Leia Mais »

Imigrar: nem tudo são flores e a saúde mental é um ponto de fragilidade

“A maioria das pessoas pensa que morar fora é luxo, flores o tempo inteiro. Muitos acham que a minha vida é perfeita!” Há alguns anos, atendo brasileiros que vivem fora do país. Neste período, perdi as contas de quantas vezes ouvi frases como esta. Países diferentes, culturas diferentes, famílias diferentes, mas a sensação é sempre

Leia Mais »

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

×