Essa é uma pergunta que muitos fazem ao iniciar o processo terapêutico. Para responder, quero convidar você a olhar comigo para os bastidores da terapia, entendendo um pouco dos processos que acontecem por trás de cada encontro e que tornam esse trabalho tão eficaz. Vamos juntos explorar como a terapia funciona e por que ela precisa desse ritmo para gerar mudanças significativas.
Primeiro processo: O vínculo terapêutico
A terapia acontece por meio de uma relação terapêutica, construída com base em um vínculo de confiança. Sabemos, no entanto, que vínculos terapêuticos não nascem da noite para o dia. Um vínculo de confiança e intimidade exige disposição e habituação de ambas as partes. É importante que o cliente se acostume a estar com o terapeuta e a falar abertamente com ele. Neste sentido, a cadência das sessões tem um objetivo muito claro: construir um laço potente e transformador de afeto.
Segundo processo: O autoconhecimento
Um dos pilares centrais da psicoterapia é o autoconhecimento. Para que o cliente se torne mais consciente dos seus padrões comportamentais, e do modo como funciona no mundo, é necessário revisitar sua história, compreender suas experiências passadas e também falar sobre o que tem vivido no momento atual. Conhecendo a história do paciente e acompanhando suas experiências atuais, o terapeuta pode ajudá-lo a tomar consciência de si mesmo. É claro, a terapia não tem objetivos de ficar repassando cada cena vivida pelo cliente, ao longo da semana. Mas entender como o cliente se coloca em diversas situações é o caminho para ajudá-lo a se compreender mais profundamente. Neste sentido, a terapia semanal nos ajuda a montar o “quebra-cabeças” de forma organizada e síncrona. Períodos maiores entre uma sessão e outra dificultam a compreensão de muitos padrões comportamentais do cliente.
Terceiro processo: A mudança comportamental
Outro pilar importante da terapia é a mudança comportamental. Não há como falar sobre mudança sem mencionar a aprendizagem. Para que o cliente aprenda novos comportamentos e desenvolva novas habilidades, é indispensável disciplina e monitoria. Muitos não sabem, mas um dos papéis do terapeuta é acompanhar e monitorar a aprendizagem comportamental de seus pacientes. Por isso, a frequência semanal é muito importante. Quando se inicia a fase de “colocar a mão na massa” – como gosto de falar -, ou seja, a fase de experimentar novos repertórios, a tutela do terapeuta faz muita diferença. Seja com a função de orientar, informar e treinar, como também na função de avaliar consequências, ponderar resultados e recalcular a rota, quando necessário. Um processo de aprendizagem bem sucedido exige o cuidado da monitoria, inclusive para ajudar o cliente a manter o foco, enfrentar desconfortos e se autorregular.
Quarto processo: O aprendizado dentro da sessão
Estar presente na sessão de terapia é, por si só, uma oportunidade de mudança e aprendizado. Muitos comportamentos são treinados primeiro dentro da sessão, antes de serem aplicados na vida cotidiana. Por exemplo, dentro das sessões, o cliente pode ser encorajado a aprender a se relacionar com as próprias emoções, a descrever e nomear o que sente e, como consequência, aprimorar sua linguagem. Dentro do setting terapêutico, cada cliente terá um desafio diferente. Para alguns, entrar em contato com emoções pode ser um desafio imenso. Para outros, falar sobre si mesmo pode ser muito desconfortável. Outros, ainda, podem ser prolixos e se perder na própria associação de ideias.
O fato é que, a cada sessão, o terapeuta criará e conduzirá o cliente em contextos de aprendizado, desafiando-o a fazer diferente ali dentro. Dessa forma, dentro da relação terapêutica, o processo de aprendizagem já está em andamento. Preparando o cliente para o momento em que precisará colocar “pra jogo” suas novas habilidades, na vida real, com as pessoas de seu convívio.
Imagino que, agora, esteja mais claro os motivos que sustentam a frequência semanal da terapia, principalmente no início do processo terapêutico. Com o tempo, à medida que o paciente conquista mais autonomia, alcança objetivos e consolida mudanças, o papel do terapeuta vai sendo gradualmente reduzido. Esse processo de alta inclui a diminuição das sessões para intervalos quinzenais, depois mensais, trimestrais, até que o acompanhamento seja finalizado.
Iniciar o processo terapêutico com intervalos maiores que uma semana pode comprometer o desenvolvimento de todos esses processos e, consequentemente, o resultado da terapia. Por isso, eu sempre digo: terapia é uma jornada que exige investimento financeiro, de tempo e, sobretudo, emocional. É importante levar muito a sério, “entrar de cabeça” e se comprometer, pois a jornada pode ser muito transformadora!
Se chegou o seu momento de dar este passo, conte comigo! Basta clicar aqui, para conversarmos. Será um prazer!
Abraços carinhosos,
Mari