“Tenho medo de ir ao Psicólogo…”

Antes de dar início ao assunto, gostaria de te fazer 3 perguntinhas: 

O que te vem à mente quando você escuta alguém falar sobre psicólogo ou psicoterapia?

Pensa ser estranho falar sobre sua vida com alguém desconhecido? 

Em alguma medida, sente receio do que vai encontrar no consultório do terapeuta?

Pois é, eu imagino que sim e, confesso, já senti sensações parecidas. Imaginar a possibilidade de sentar frente a uma pessoa e, ali, expor uma porção de sentimentos e sensações íntimas, é bastante desconfortável. Talvez um pouco assustador, para algumas pessoas. E tudo bem!

Eu costumo dizer que existe um limbo entre agendarmos uma sessão com um Psicólogo até, de fato, sentarmos no sofá do consultório. Já ouvi de diversos clientes que corajosamente chegaram à primeira sessão, sobre o quanto aquele momento foi desafiador: “Mari, você não imagina como foi difícil, pensei em cancelar dezenas de vezes!”.

A verdade é que a Psicoterapia assusta por ser um espaço totalmente focado em nós. Dá medo de falar coisas bobas demais e do nosso problema parecer pequeno. Sentimos receio do julgamento, da incompreensão, da falta de sensibilidade. Pensar na ideia de não se sentir acolhido durante a sessão, pode causar um friozinho na barriga e é inevitável as inseguranças aparecerem junto.

Faz muito sentido sentir receio, afinal, estamos falando de um lugar de revelações profundas sobre si, de um momento de exposição da vida e de muitas questões que, por vezes, não queremos enfrentar ou admitir em frente ao espelho. Por se tratar de relação de intimidade, de fato, é difícil deixar de pensar nas possíveis reações da pessoa que estará do outro lado ouvindo. 

Antes da primeira sessão imaginamos uma porção de coisas sobre aquela pessoa…afinal, como assim, ela só me ouvirá? Qual será o segredo do psicólogo? Quais truques ele carrega na manga? 

Antes de trazer as respostas, é interessante primeiro desmistificar o perfil de psicólogo que ouvimos falar por aí. Muitos idealizam o terapeuta como alguém superior e muito bem resolvido. E esta ideia de distanciamento hierárquico entre o profissional e o cliente pode ser o motivo para que muitos deixem de buscar a ajuda que tanto necessitam.

Gostaria de compartilhar com você como eu enxergo a psicoterapia!

Eu entendo que a relação terapêutica entre o psicólogo e o cliente é de fundamental importância para o desenrolar do processo. Através da fala, confiança e tempo dedicado, eu e os meus clientes construímos laços únicos, relações genuínas, onde nos afetamos mutuamente. A grande diferença é que o psicólogo pauta o seu fazer em métodos e técnicas científicas, ajudando com que mudanças reais aconteçam.

Mesmo sendo psicóloga, eu sinto, me envolvo, choro, dou risada  tudo isso fora e dentro do consultório. Eu trago essa humanidade compartilhada para minha prática profissional. Busco construir as  relações com meus clientes neste cenário de muita conexão, relacionamento e confiança. 

A psicoterapia acontece neste espaço de parceria.

Eu acredito muito na importância da relação terapêutica e ela só ocorre quando psicólogo e cliente se permitem, envolvem-se e constroem uma aliança genuína e essencialmente humana. Para o bom desenvolvimento desta relação e, consequentemente, para que os frutos apareçam, é importante desmistificar a visão distante do terapeuta e confiar que aquela pessoa à sua frente é um ser humano e um bom profissional. 

Cada relação terapêutica é única e exclusiva. É incrível poder conhecer diversas histórias tão especiais e únicas com o passar das sessões. Eu acompanho de camarote as evoluções, conquistas, tristezas e alegrias de cada um dos meus clientes. E sei que muito do que construímos juntos, com o passar das sessões, só acontece por conta da relação estabelecida entre nós.

Agora, quero te encorajar a dar esse passo tão importante. Eu sei que os seus receios continuam aí contigo. E, provavelmente, eles somente perderão força quando você romper a barreira, confiar e mergulhar de cabeça nesse processo intenso, libertador e de muita conexão humana.

Eu acredito muito que a relação estabelecida na relação terapêutica é genuína, eficaz e essencial. Permita-se sentir e busque um profissional para trilhar este caminho com você!

Que tal dar o primeiro passo? Vamos?!

 Um abraço carinhoso,

Mari

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